sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ANTÓNIO FEIO

Um post já com 1 semana de atraso, por lapso meu, mas com todo
o respeito e profunda tristeza. 
A vida não é feita só de risos mas também de lágrimas.
De alguém que humildemente nos seus sonhos queria ser realizador
e poder trabalhar contigo, grande Mestre.
Como tanta coisa na vida, também o sonho morreu.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

OPINIÃO: A TSHIRT CINÉFILA

A T-Shirt: o grito da moda do Cinéfilo Geek ( porque estamos no verão.... )

É inegável o valor geek que uma tshirt cinéfila tem. Ao contrário do que se passa na música, o cinema não dita modas populares ou com popularidade; passo a explicar: há coisa de 15 anos era absolutamente normal um jovem andar com uma tshirt dos Nirvana, hoje em dia não se encontram muitos jovens dessa altura a apregoar o bendito grunge ( e escutando a porcaria de “música(?)” que os jovens de hoje em dia escutam, que saudades que eu tenho do bom velho grunge de Seattle ) que entretanto envelheceram até antes dos 30, cortaram o cabelão ( ou este caiu ), passaram a usar pólos, casaram-se e aturam a filharada ( planeada ou acidentada ). Isso serve de exemplo: o sucesso cinematográfico não dita uma corrente cultural contínua como a música; é inegável que o sucesso que alguns filmes têm ditam modas mas não maneiras de estar. Um filme tem um carácter temporário que por exemplo uma série de televisão não tem ( que se pode estender durante anos ). E apenas o cinema quando passa de fenómeno de massas efémero a fenómeno de culto passa a, ironicamente, a ser um adereço DE moda, não a estar NA moda.

Porque apenas um geek vê o valor de, por exemplo uma tshirt de Star Trek ( um aviso, achas que vais conquistar aquela miúda com essa tshirt? E COM O RESTO DA FARDA? Boa sorte e uma larga e próspera vida a criar calos nas mãos). A grande moda dos últimos dois anos sem dúvida é o vampirismo bonitinho, está na moda, até as TVs portuguesas tentam fazer a sua (péssima) versão, mas qual é o valor como elemento cultural de tshirts da "saga" TWILIGHT / CRESPUSCULO? Provavelmente a primeira coisa que muitos jovens com as hormonas aos saltos ( e outros não tão jovens ) gostariam de fazer seria arrancar essa camisa das suas portadoras e não me refiro à antipatia que possam nutrir pelo vampiro fashion ou pelo irritante lobisomem em esteróides. Agora pergunto: quantas fãs góticas de trazer por casa seriam capazes de vestir uma tshirt com o Max Schreck ( não, não o ogre verde da Dreamworks, tou a falar do aterrorizador Conde Orlok de NOSFERATU )? Hum…nenhuma?

Quem convence a "fã" de filmes de vampiros a usar uma tshirt
sobre uma obra prima do cinema de terror com 90 anos?

Uma tshirt do BIG LEBOWSKI, mais uma prova
que o Nuno Markl é um gajo porreiro.
Usar uma tshirt cinéfila é um acto que exige uma certa maneira de ser e estar. É como pertencer a uma claque: é preciso saber o que usar no sítio e momento certo. Ponto assente: a tshirt é a peça de roupa mais barata que existe. Ponto assente 2: ser barato não significa necessariamente ser foleiro ou piroso mas o complicado é afastar-se disso porque essencialmente uma tshirt, por ser a peça de roupa com a maior superfície lisa é uma a tela onde se “pinta” os nossos gostos. Gastar 100€ numa tshirt de marca é a coisa mais fútil e imbecil que se pode fazer numa tshirt, ponham na cabeça: a tshirt é a camisa dos pobres e descontraídos. E quem pensa que usar uma tshirt com motivos cinematográficos é estar na moda tem que ter algo muito claro: ou se é geek com orgulho ou se é um puto adolescente que pelos vistos não terá grande sucesso entre o sexo oposto. Vestir uma tshirt cinéfila denota a dedicação que se dá ao culto de certo filme ou actor, ou noutros casos ao humor geek ( neste caso entram as funny shirts, algumas simplesmente geniais ), com interpretações muito próprias ou de uma frase famosa, ou a deliberadamente gozar com algo.

Ser geek implica ter um sentido de humor bastante "peculiar" que só
é entendido pelos outros geeks. Por exemplo aqui temos uma tshirt com
a cara do Edward...James Olmos, actor de culto que vimos no
BLADE RUNNER, MIAMI VICE e recentemente como Capitão Adama
no excelente remake da série BATTLESTAR GALACTICA.
Um exemplo: quando o Batman do Tim Burton surgiu à 21 anos trouxe consigo uma concepção de marketing que foi um sucesso enorme: o logótipo do morcego em amarelo num fundo negro. Claro que rapidamente saiu de moda e dois anos depois quem usasse algo assim seria alvo de chacota. No entanto hoje em dia e graças em grande parte à internet o fenómeno cult já é algo que faz parte da cultura popular pelo que usar uma tshirt fora de moda é estar na moda porque as tshirts nunca estarão na moda; são um reflexo da própria mentalidade da pessoa. Quem veste uma tshirt cinéfila é um anti-herói por excelência, principalmente por regra geral o anti-herói ser idolatrado e o herói ser ridicularizado. Deixa-se de se ser fashion, passa-se a ser cool, e se é mesmo muito mas muito fora de moda existe a palavra ser para isso: retro. Principalmente é a afirmação da sua personalidade e gostos pessoais e não ir atrás de modas e ainda gozar com isso. Mas no fundo no fundo…continua-se a ser um esquisitão!



Está na natureza do geek estar do lado dos anti-heróis porque gente bonita
não lhe interessa ( ou melhor, não se interessam por ele porque ele bem queria ).
Daí que utilizar algo que foi moda consumista há 20 anos seja considerado
não foleiro mas sim positivamente retro, e algo caótico seja o maior exemplo
da sua posição anti-social...ou isso ou arrotar a nota numa tshirt do Che Guevara...